quarta-feira, 18 de março de 2009

Roubo


Nesse momento estou escrevendo essa postagem direto do hospital, mas para entender o que aconteceu, vou contar tudo desde o início.

Algumas horas atrás: Era 7:00 da manhã. Acordei com o ressentimento de que não ia mais ver aquele lugar por um bom tempo, e o único lugar que eu poderia chamar de lar seria a ponte, ou algum abrigo em péssimas condições. Comi o que poderia ser meu último café da manhã bom, fui para o estacionamento do pequeno hotel, dei partida no meu carro modelo 1977, e fui para a praia. Deixei o carro parado perto de uma calçada e logo depois, fiquei observando o mar por um bom tempo, pensando se a vida humilde era o que eu realmente queria.
Olhei no relógio grande que indicava as horas e a temperatura. Estava um calor de 34º (logo pela manhã, devia ser devido o aquecimento global) e o relógio marcava 8:30, fui em direção ao meu querido carro, e ele não estava mais lá. É aí que começam meus problemas. Avistei o carro subindo um morro, um pouco distante dali. Corri o máximo que pude, e o caminho me levou a uma favela. 

Naquele momento não pensei em mais nada além de salvar o meu carro, uma das únicas lembranças que a minha família deixou (a outra lembrança foi a carta).

Chegando na favela, continuei correndo, quando percebi que o meu carro roubado havia parado em frente a uma casa bem simples, onde era possível ver os tijolos, e uma pintura mal feita. Do carro, saiu um homem de aparência humilde, com roupas sujas e um boné na cabeça para disfarçar sua careca. Ele retirou uma arma do bolso da calça rasgada, e apontou para minha cabeça. Fiquei desesperado e sem reação, tudo que pude ouvir antes de ficar inconsciente foi uma outra voz bem familiar de um homem, parecia distante. Ele disse algo como: "tarde demais" .

Logo depois ouvi um tiro, e não vi mais nada...

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